Educação financeira na infância, adultos
economicamente saudáveis
A educação financeira
na infância é de grande importância quando se pensa em formar adultos
economicamente saudáveis, ou seja, mais conscientes a respeito do dinheiro,
entendendo a importância do planejamento financeiro e evitando os gastos
desnecessários e o endividamento. De acordo com dados do Ibope Inteligência de
2020, apenas 21% dos brasileiros entrevistados receberam orientações sobre como
cuidar do próprio dinheiro ainda na infância, e em 2021 mais de 77% das
famílias brasileiras estavam endividadas, segundo dados da Confederação
Nacional de Bens, Serviços e Turismo.
Para o diretor
pedagógico do Colégio Crescer, Anderson Gama, ensinar sobre finanças desde cedo
é fundamental levar para a vida adulta. “Poupar não é um hábito dos brasileiros
e não se trata de quanto se ganha por mês. É sobre como gerir melhor a renda
mensal e estabelecer prioridades nos gastos”, enfatiza o diretor.
No Crescer, os alunos
do Fundamental I participam de um projeto chamado de Crescer Invest, que propõe
atividades como gerenciamento, planejamento, consumo, decisões e risco. Dessa
forma, as crianças aprendem noções básicas de como lidar com o dinheiro. Além
do aprendizado em sala de aula, todo mês eles participam da “lojinha” do
projeto e podem usar as “cresceletas”, uma moeda interna, para comprar alguns
itens. “Os alunos podem comprar acessórios escolares, como lápis e marca texto,
decorativos como porta-treco e suporte para celular, que são os itens
individuais. Outra opção são as compras coletivas, onde a turma toda divide os
custos e compram 10 minutos a mais no intervalo, 20 minutos de parque ou uma aula
de culinária, por exemplo. Dessa forma eles aprendem a estabelecer prioridades
para usar o dinheiro da melhor forma”, explica a coordenadora do Fundamental I,
Erica Dourado.
Os alunos precisam se
dedicar para ganhar o dinheiro fictício. A cada lição bem feita, tarefa em sala
de aula resolvida, bom comportamento, entre outras obrigações, eles são
recompensados pelo resultado com as cresceletas. “Esse é o primeiro e
importante passo para que elas sejam capazes de gerir as próprias finanças de
modo mais equilibrado no futuro”, argumenta Anderson Gama.