Matemática é, dentro do universo escolar, uma
disciplina que divide opiniões. Para alguns, é a aula mais esperada da semana.
Para outros, é um pesar. Para alguns, é a aula de pensar e resolver problemas.
Para outros, é a aula de decorar um monte de regras e contas. Fato é que o
professor de matemática está acostumado conviver com o "amor e ódio"
de maneira muito intensa em sala de aula.
Hoje no Brasil vivemos uma crise no ensino da
Matemática. O último levantamento, realizado em 2015, aproximadamente 69% da
população brasileira é considerada "analfabeta" em matemática, sendo
43% analfabetos completos e 26% "analfabetos funcionais", nesta área
do conhecimento. Ao analisar a construção do currículo brasileiro para o ensino
de matemática e as práticas pedagógicas instauradas em nossa sociedade,
percebemos um excesso de mecanização e memorização de contas e técnicas. Isto
porque a matemática é difundida como uma ciência “exata”, que admite uma única
resposta e deve ser precisa, e não valoriza a autonomia de pensamento e
resolução de problemas.
Tal cenário cria no aluno um medo pelo erro, prejudicando sua curiosidade, despertar e paixão pelo aprendizado, e até problemas emocionais, tais como as comuns "dores de cabeça" em dia de prova de matemática. Neste cenário, fica a questão: como fazer um ensino de matemática mais eficiente e prazeroso aos alunos? Esta pergunta tem sido foco de nossa equipe pedagógica desde 2012, quando iniciamos em nossa escola as novas diretrizes para o ensino de Matemática.
Um pilar importante é a contextualização e materialização do conteúdo, principalmente nas séries iniciais. Para uma criança, entender o conceito de fração e suas operações pode ser muito abstrato, porém trabalhar este conceito através da divisão de uma pizza ou de um lanche de metro é muito mais prático, divertido e eficaz!
Também, entendemos que a Matemática deve, antes de mais nada, despertar a curiosidade e o pensamento ativo do aluno. Para tal, temos como parceiro as aulas do PENSE MATEMÁTICA, que são dinâmicas e focam no pensamento do aluno. Estas aulas promovem que o aluno, através do trabalho individual e em grupo, seja sempre desafiado a resolver problemas. E que tais problemas permitam múltiplas respostas.
Por fim, é importante que os alunos possam ter sempre um espaço de aprendizado contínuo e retomada de conteúdos e práticas. Hoje, trabalhamos em nossa escola com duas ferramentas: o APRIMORA para o Ensino Fundamental e o Khan Academy para o Ensino Médio. Estas ferramentas permitem identificar e propor atividades e conteúdo personalizados para cada aluno, de forma que todos se sintam participantes do processo de aprendizagem.
Sabemos que o desafio é grande, mas é necessário que possamos entregar aos nossos alunos novas perspectivas e estratégias para o aprendizado e despertar à Matemática. Afinal, saber pensar, raciocinar, levantar hipóteses e estratégias de resolução de problemas são habilidades que não são exclusivas dos amantes de exatas, mas um conhecimento que pode ser aplicado em nossa vida em situações cotidianas.
Autor: Anderson Gama, diretor pedagógico do Colégio Crescer