Educação financeira na infância, adultos economicamente saudáveis
A educação financeira
na infância é de grande importância quando se pensa em formar adultos
economicamente saudáveis, ou seja, mais conscientes a respeito do dinheiro,
entendendo a importância do planejamento financeiro e evitando os gastos
desnecessários e o endividamento. Em 2022, a cada 100 famílias brasileiras, 78
estavam endividadas. O patamar é o mais elevado da série histórica da Pesquisa
de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), com início em
2010.
Para o diretor
pedagógico do Colégio Crescer, Anderson Gama, ensinar sobre finanças desde cedo
é fundamental levar para a vida adulta. “Poupar não é um hábito dos brasileiros
e não se trata de quanto se ganha por mês. É sobre como gerir melhor a renda
mensal e estabelecer prioridades nos gastos”, enfatiza o diretor.
No Crescer, os alunos
do Fundamental I participam de um projeto chamado de Crescer Invest, que propõe
atividades como gerenciamento, planejamento, consumo, decisões e risco. Dessa
forma, as crianças aprendem noções básicas de como lidar com o dinheiro. Além
do aprendizado em sala de aula, todo mês eles participam da “lojinha” do
projeto e podem usar as “cresceletas”, uma moeda interna, para comprar alguns
itens. “Os alunos podem comprar acessórios escolares, como lápis e marca texto,
decorativos como porta-treco e suporte para celular, que são os itens
individuais. Outra opção são as compras coletivas, onde a turma toda divide os
custos e compram 10 minutos a mais no intervalo, 20 minutos de parque ou uma aula
de culinária, por exemplo. Dessa forma eles aprendem a estabelecer prioridades
para usar o dinheiro da melhor forma”, explica a coordenadora do Fundamental I,
Erica Dourado.
Os alunos precisam se dedicar para ganhar o dinheiro fictício. A cada lição bem feita, tarefa em sala de aula resolvida, bom comportamento, entre outras obrigações, eles são recompensados pelo resultado com as cresceletas. “Esse é o primeiro e importante passo para que elas sejam capazes de gerir as próprias finanças de modo mais equilibrado no futuro”, argumenta Anderson Gama.